quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

UMA INTERPRETAÇÃO DO LIVRO DE JOEL E DO CAPÍTULO 9 DE APOCALIPSE

Uma Interpretação do Livro de Joel
e do Capítulo 9 de Apocalipse

Autor: KILSON TADEU PEIXOTO
8 de janeiro de 2014.

Existem diversas interpretações sobre cada um dos livros da Bíblia, muitas delas elaboradas por doutores na Palavra ou pastores de renome. Não tenho a intenção de disputar espaço com eles, sou apenas mais um irmão na fé cristã. Contudo, como qualquer cristão, também devo conhecer a Palavra de Deus, buscando interpretá-la e, sempre que possível, compartilhando essa interpretação com outros irmãos.

Desde a primeira vez que li o livro de Apocalipse percebi que ele usava símbolos que estavam presentes em outros livros proféticos da Bíblia. Era, portanto, indispensável decifrar esses símbolos para entender o real objetivo da mensagem. Por isso, não faremos um comentário exaustivo versículo a versículos, mas, apenas, a uma interpretação dos símbolos presentes no livro de Joel e sua aplicação no livro de Apocalipse.

Para reduzir o tamanho do presente comentário não transcreverei integralmente os livros de Joel e Apocalipse, mas apenas os versículos imprescindíveis para a compreensão geral da interpretação proposta.

Para começarmos a interpretação do Livro de Joel vale a pena olhar o relato do momento em que o Espírito Santo é, pela primeira vez, “derramado” sobre a Igreja levando o apostolo Pedro a entender que naquele momento estava se cumprindo o que foi escrito através do profeta Joel:

Atos do Apóstolos 2.9   Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia,
2.10   da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem,
2.11   tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?
(...)
2.14   Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras.
2.15   Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia.
2.16   Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel:
2.17   E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos;
2.18   até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.
2.19   Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça.
2.20   O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor.
2.21   E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

A maioria dos interpretes acredita que Pedro estava se referindo, apenas, ao cumprimento do que Deus dissera através de Joel em relação ao derramamento do Espírito. Contudo, acreditamos que, sem o uso de interpretação alegórica e utilizando apenas a Bíblia para interpretar a própria Bíblia, poderemos entender como boa parte da profecia de Joel reproduzida por Pedro já se cumpriu.



JOEL


1.4   O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor.

Acreditamos os gafanhotos citados aqui não são literais, mas sim, a utilização de algo corriqueiro para um povo de agricultores acostumados com nuvens de gafanhotos, para representar a entrada repentina em cena de algo que furtaria todo o seu alimento. Vamos construir nosso raciocínio baseado nessa hipótese.


1.5   Ébrios, despertai-vos e chorai; uivai, todos os que bebeis vinho, por causa do mosto, porque está ele tirado da vossa boca.

Neste versículo o vinho é retirado da boca dos ébrios, neste caso, logicamente, a imagem não é de gafanhotos roubando o vinho, mas há clara indicação de que o vinho, pronto para ser consumido, lhes será tirado.


1.6   Porque veio um povo contra a minha terra, poderoso e inumerável; os seus dentes são dentes de leão, e ele tem os queixais de uma leoa.

A retirada do vinho é efetuada por esse povo poderoso e inumerável, que em várias interpretações é confundido com o império romano ou assírios ou babilônicos, mas há fortes indícios que não é esse o assunto aqui.
O que significa ter dentes de leão?
Por que essa referência a boca e não ao rabo ou a juba?
O livro de Apocalipse fala sobre um povo inumerável, será que é o mesmo?

Ap 7.9   Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;

A referência neste trecho a “grande multidão que ninguém podia enumerar” é a igreja de Jesus Cristo com suas vestiduras brancas lavadas no sangue do Cordeiro.
Cremos que trata-se do mesmo povo, mas há mais referência que embasam esta tese.


Joel 1.7   Fez de minha vide uma assolação, destroçou a minha figueira, tirou-lhe a casca, que lançou por terra; os seus sarmentos se fizeram brancos.

Mais uma imagem representativa do fim do alimento de Israel causado por esse povo numeroso.


1.8   Lamenta com a virgem que, pelo marido da sua mocidade, está cingida de pano de saco.

Deus manda que Israel lamente com a virgem que perdeu o noivo.
O Senhor Jesus, em Mateus 25, usa o símbolo das 10 virgens esperando o noivo, mas as que estavam sem azeite não estavam prontas quando o noivo chegou. Vale lembrar que, em geral, a Bíblia usa o azeite como símbolo do Espírito Santo e, como veremos no versículo 10, o azeite também foi tirado desta noiva imprudente, Israel.


1.9   Cortada está da Casa do SENHOR a oferta de manjares e a libação; os sacerdotes, ministros do SENHOR, estão enlutados.

As ofertas de manjares e vinho são cortadas, tanto porque o alimento lhes foi tirado, quanto porque Deus não recebe mais as ofertas de Israel, por isso os sacerdotes estão enlutados como a noiva.


1.10   O campo está assolado, e a terra, de luto, porque o cereal está destruído, a vide se secou, as olivas se murcharam.

Com o cereal se faz o pão, da vide se produz o vinho e das olivas o azeite. Não é novidade para nenhum cristão que o pão é o símbolo do corpo de Cristo, o vinho é o símbolo do sangue de Cristo e o azeite é o símbolo o Espírito Santo, ou seja, Deus rompe a Aliança com a noiva displicente, Israel, e estabelece uma nova aliança com uma outra noiva, a igreja, que é esse povo inumerável que rouba, como gafanhotos, todo o alimento de Israel.

Trata-se do Juízo de Deus sobre Israel, mas não como os juízo temporários como a Escravidão no Egito, o cativeiro Babilônico, o domínio grego ou romano, mas uma ruptura definitiva da Antiga Aliança e o estabelecimento da Nova e Eterna Aliança com Cristo.


1.11   Envergonhai-vos, lavradores, uivai, vinhateiros, sobre o trigo e sobre a cevada, porque pereceu a messe do campo.

Sempre que os profetas anunciam o juízo de Deus, clamam para que o povo de Israel se arrependa dos seus pecados para poderem “merecer” o perdão. Contudo, sabemos que o povo de Israel nunca se arrependeu, e há quem entenda que não poderiam se arrepender, tornando-os indesculpáveis por seus pecados.

Como esse chamamento ao arrependimento será apresentado em vários versículos, deixaremos de comentá-los e iremos direto aos versículos mais relevantes para a elucidação da forma como interpretamos essa parte da Bíblia.


2.2   dia de escuridade e densas trevas, dia de nuvens e negridão! Como a alva por sobre os montes, assim se difunde um povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração.

2.3   À frente dele vai fogo devorador, atrás, chama que abrasa; diante dele, a terra é como o jardim do Éden; mas, atrás dele, um deserto assolado. Nada lhe escapa.

“À frente deste povo vai fogo devorador”, em várias passagens bíblicas Deus é apresentado como fogo devorador ou consumidor, por exemplo:  Hebreus 12.29 porque o nosso Deus é fogo consumidor.

Desta forma, não seria loucura pensar que fogo consumidor que vai à frente deste povo é o próprio Deus. Por isso, também não seria absurdo imaginar que este povo é a igreja de Cristo.

Prosseguindo, “...atrás, chama que abrasa...”, se a igreja passa pela vida de alguém e esse alguém não vem com ela, ou seja, não é incorporado ao exército de Deus, só lhe resta queimar no inferno.

“Diante dele a terra é como o jardim do Éden”, a igreja caminha para o Éden, para a restauração do Paraíso com Deus.

“Nada lhe escapa...” ou se está salvo em Cristo ou condenado sem Ele.


2.4   A sua aparência é como a de cavalos; e, como cavaleiros, assim correm.
2.5   Estrondeando como carros, vêm, saltando pelos cimos dos montes, crepitando como chamas de fogo que devoram o restolho, como um povo poderoso posto em ordem de combate.
2.6   Diante deles, tremem os povos; todos os rostos empalidecem.

Os povos tremem porque suas crenças, deuses e valores são abalados pelo que a boca de Leão desse povo, que vai com fogo consumidor à frente, anuncia.

Os cavalos simbolizam a força e junto com a imagem de cavaleiros e carros de guerra, tudo demonstrar que a batalha será intensa contra os principados e potestades, não só do mundo espiritual, mas contra deuses crenças e valores de todas as raças, tribos e nações que se escandalizarão (essa profecia foi feita muitos anos antes de Cristo).

Toda essa imagem é reforçada do versículo 7 ao 9.

2.7   Correm como valentes; como homens de guerra, sobem muros; e cada um vai no seu caminho e não se desvia da sua fileira.
2.8   Não empurram uns aos outros; cada um segue o seu rumo; arremetem contra lanças e não se detêm no seu caminho.
2.9   Assaltam a cidade, correm pelos muros, sobem às casas; pelas janelas entram como ladrão.
2.10   Diante deles, treme a terra, e os céus se abalam; o sol e a lua se escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor.

Essa representação do céu com o sol, a lua e as estrelas é importantíssima e precisa ser explicada.

No Livro de Genesis Deus promete a Abrão que sua descendência seria como as estrelas do céu. Essa promessa é repetida a Isaque e a seu filho Jacó. Por isso, quando José, um dos doze filhos homens de Israel, conta ao pai um sonho que teve com estrelas, Jacó não tem nenhuma dificuldade para interpretar esse sonho, vejamos:

Gn 37.9 ... Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim.
37.10 Contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o o pai e lhe disse: Que sonho é esse que tiveste? Acaso, viremos, eu e tua mãe e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?

Jacó era o verdadeiro herdeiro da Aliança e das promessas feitas a seus ancestrais, por isso é o astro mais importante, o sol. As mulheres inférteis que recebem a benção de gestar as estrelas da promessa, aqui representadas por Raquel, são o astro coadjuvante, a lua, e as estrelas são os membros das tribos de Israel.

Até que o Senhor Jesus ordene aos discípulos que vão até os confins da terra levando o evangelho a toda a criatura, o restante da humanidade estava irremediavelmente condenado a viver em trevas, pois não possuíam qualquer conhecimento de Deus. As poucas luzes que existiam neste mundo de trevas vinham dos únicos responsáveis por guardar a palavra de Deus, os descendentes de Abraão, Isaque e Israel, as estrelas da promessa de Deus.

A última estrela a surgir no céu antes de amanhecer é conhecida como estrela Dalva ou estrela da manhã, vejamos o que Apocalipse fala sobre ela:
Ap 22.16 Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã.

Jesus é a Estrela da Manhã porque é a última, ou seja, o último representante da Antiga Aliança. Quando analisarmos o livro de Apocalipse trataremos mais a fundo desse tema.


Joel 2.11   O SENHOR levanta a voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque é poderoso quem executa as suas ordens; sim, grande é o Dia do SENHOR e mui terrível! Quem o poderá suportar?

Em todo o contexto da profecia Israel está debaixo do juízo de Deus, logo, quando se fala em exército do Senhor não é possível imaginar que se trata do povo da antiga aliança. O exército do Senhor é o povo da Nova e Eterna Aliança, a Igreja de Cristo, aqui representada como um povo inumerável, pois vem de todas as tribos, raças e nações da terra e, como gafanhotos devoradores, acabam com todo o alimento do povo rebelde da antiga aliança, Israel.

Do versículo 12 ao 19 Deus oferece mais uma oferta de perdão em troca do arrependimento de Israel. Como o arrependimento não virá, Deus anuncia uma outra face do Juízo. A primeira será executada pela igreja, que devorará todo o Pão, o Vinho e o Azeite de Israel, trata-se de um juízo espiritual, pois é a decretação da morte eterna, através da retirada do Pão da Vida, do Sangue que redime os pecados, e do Espírito que convence do pecado, da justiça e do Juízo, além de consolar e trazer a paz que excede a todo o entendimento.

Contudo, a punição não para aí. O templo tem que ser destruído, sem que fique uma só pedra que não seja derrubada (Mt 24), para que as ofertas pelo perdão dos pecados não possam ser oferecidas e o povo seja expulso da sua terra, para que se cumpra o que está escrito em Deuteronômio 28, em especial nos versículos 47 a 50:

47 Porquanto não serviste ao SENHOR, teu Deus, com alegria e bondade de coração, não obstante a abundância de tudo.
48 Assim, com fome, com sede, com nudez e com falta de tudo, servirás aos inimigos que o SENHOR enviará contra ti; sobre o teu pescoço porá um jugo de ferro, até que te haja destruído.
49 O SENHOR levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra virá, como o voo impetuoso da águia, nação cuja língua não entenderás;
50 nação feroz de rosto, que não respeitará ao velho, nem se apiedará do moço.

Como sabemos, tudo isso se cumpriu a partir do ano 70 d.C., através de Império Romano, que foi acabar com uma rebelião que judeus estavam promovendo desde 66 d.C. Por terra os romanos chegaram a Judeia vindo pela Síria, que fica ao norte. Depois de todo tipo de humilhação os judeus o Templo foi destruído e milhares de Judeus foram mortos, após algumas tentativas frustradas de retomar o controle de Jerusalém, finalmente em 135 d.C. os últimos judeus foram expulsos da Judéia, Jerusalém foi completamente destruída, sendo construída uma cidade em estilo romano no lugar.

Séculos depois os muçulmanos construíram a mesquita de Omar, no lugar onde havia o templo de Jerusalém, pois de lá Maomé teria sido levado aos céus. Por isso, esse lugar passou a ser o segundo mais importante para os muçulmanos, só perdendo para Meca, ou seja, nunca permitiriam que a mesquita fosse demolida para a reconstrução do Templo e, assim, os judeus não tem como oferecer sacrifícios para o perdão dos seus pecados, desta forma, não há como merecer o perdão de Deus dentro do judaísmo, pois, como eles não aceitam o sacrifício de Cristo como o único valido para o perdão dos pecados e não podem oferecer sacrifícios para o perdão dos seus pecados, não há como os Judeus serem perdoados.

Os judeus foram proibidos de permanecer na Palestina e só puderam retornar em 1948, quase 2000 anos depois.

Do versículo 20 ao 27 Deus faz a terceira oferta de perdão mediante o arrependimento.


Do versículo 28 ao 32 está a citação feita pelo apóstolo Pedro a qual nos referimos no início do presente trabalho:

2.28   E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões;
2.29   até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias.

Um grande número de interpretes acredita que o que Pedro estava vendo era apenas o cumprimento do que está escrito no versículo 28 e 29 com o Espírito Santo distribuindo esperança e o dom da profecia, mas acreditamos que não foi sem sentido a citação por Pedro de todos os versículos do 28 ao 32, pois tudo faz parte desse momento onde o sol a lua e as estrelas da antiga aliança se apagam, o Pão da Vida e o Vinho já foram servidos ao novo povo e agora o azeite do Espírito Santo estava sendo derramado:

2.30   Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça.

No céu representativo da antiga aliança o sangue da morte da última estrela, Cristo, o fogo (consumidor) do Pai e a fumaça apagando as estrelas compõe o cenário do fim da Aliança.

2.31   O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR.

Já demonstramos o que representam o sol e a lua neste contexto profético. No versículo 31 Deus anuncia o Fim da Antiga Aliança, com o sol se convertendo em trevas e o fim da renovação dessa aliança com os descentes de Jacó, representado na figura da lua em sangue.

Esse fim em sangue faz referência ao sangue de Cristo que, na condição de último representante da Antiga Aliança, derrama seu sangue e morre, representando, no caso, a morte da Aliança e a sua ressurreição representando o nascimento do Primogênito da Nova Aliança.

Há diversos outros significados para a morte de Cristo, mas, para a interpretação do presente texto, nos restringimos a esse aspecto.


2.32   E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o SENHOR prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar.

Aqui começa o simbolismo que traz a maior confusão para os interpretes, pois, frequentemente, Deus mistura Juízos e, muitas vezes, é difícil saber a que juízo Ele está se referindo num determinado trecho.

Explicando melhor, a escravidão no Egito, os 40 anos vagando no deserto antes da Terra Prometida, a invasão assíria, o exílio babilônico, o domínio grego e o domínio romano foram juízos relativamente pequenos em relação ao que estava por vir: destruição do templo no ano 70 e o exílio de 2000 anos até 1948. Em várias profecias esses juízos aparecem misturados com o Juízo do fim da Antiga Aliança e o estabelecimento da Nova Aliança com a igreja e, frequentemente, aparecem indícios do Juízo Final.

A principal característica do Juízo Final é a punição de todos os inimigos de Deus, ou seja, não é um juízo só sobre Israel, mas sobre todos os que não aceitaram Jesus como seu Salvador. Do versículo 2.32 até o 3.20, lugares que simbolizam a fé como Sião, Jerusalém e Judá representam a moradia do povo de Deus, lugar de proteção e exaltação da fé, ou seja, é um símbolo da vida Eterna dos crentes com Deus e, por outro lado, Tiro, Sidom e Filístia, representam lugares de pecado e onde o Juízo de Deus recairá sobre as nações pecadoras.

É importantíssimo destacar que os descendentes de Jacó entenderam a aliança com Deus como uma questão carnal, ou seja, bastava ser descendente de Jacó para fazer parte da aliança. Esse pensamento era reforçado pela circuncisão, a retirada da pele que recobre a ponta do órgão genital masculino. Isso não só diferenciava o povo de Israel dos outros povos, mas parecia indicar que bastava ser um descendente de Jacó para pertencer à Aliança com Deus. Contudo, como afirma o apostolo Paulo:

Rm 9.6-8 “... porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas; nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos;” “... mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa.”
Gl 3.6   É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
3.7   Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão.
3.8   Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.

Portanto, era um erro pensar que a Aliança de Deus era genética, a Aliança sempre foi com a fé.

Desde Abraão, capaz de largar a sua parentela e ir para onde Deus indicou. Sendo, também, capaz de entregar seu filho Isaque, como prova de fé, até o último representante da Antiga Aliança, a Estrela da Manhã, Nosso Senhor Jesus, capaz dar a sua vida pelos pecadores para cumprir a vontade do Pai, a fé é o elo que nos liga ao Pai. Como vemos, de nada adiantava a genética se não houvesse a fé.

Desta forma, quando falamos em Antiga e Nova Aliança estamos demarcando dois momentos de uma Única e Eterna Aliança que sempre teve como único fundamento a fé, mas que ficou restrita aos que tinham fé dentro de um único povo, Israel, até que Jesus viesse e abrisse os portões do reino para todos àqueles que, independente de tribo, raça ou nação, pudessem, pela fé, devorar o alimento, pão, vinho e azeite, que até então estavam restritos às mesas dos descendentes de Jacó.


JOEL - 3.1   Eis que, naqueles dias e naquele tempo, em que mudarei a sorte de Judá e de Jerusalém,
3.2   congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; e ali entrarei em juízo contra elas por causa do meu povo e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam por entre os povos, repartindo a minha terra entre si.
3.3   Lançaram sortes sobre o meu povo, e deram meninos por meretrizes, e venderam meninas por vinho, que beberam.
3.4   Que tendes vós comigo, Tiro, e Sidom, e todas as regiões da Filístia? É isso vingança que quereis contra mim? Se assim me quereis vingar, farei, sem demora, cair sobre a vossa cabeça a vossa vingança.
3.5   Visto que levastes a minha prata e o meu ouro, e as minhas joias preciosas metestes nos vossos templos,
3.6   e vendestes os filhos de Judá e os filhos de Jerusalém aos filhos dos gregos, para os apartar para longe dos seus limites,
3.7   eis que eu os suscitarei do lugar para onde os vendestes e farei cair a vossa vingança sobre a vossa própria cabeça.
3.8   Venderei vossos filhos e vossas filhas aos filhos de Judá, e estes, aos sabeus, a uma nação remota, porque o SENHOR o disse.
3.9   Proclamai isto entre as nações: Apregoai guerra santa e suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra.
3.10   Forjai espadas das vossas relhas de arado e lanças, das vossas podadeiras; diga o fraco: Eu sou forte.
3.11   Apressai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e congregai-vos; para ali, ó SENHOR, faze descer os teus valentes.
3.12   Levantem-se as nações e sigam para o vale de Josafá; porque ali me assentarei para julgar todas as nações em redor.
3.13   Lançai a foice, porque está madura a seara; vinde, pisai, porque o lagar está cheio, os seus compartimentos transbordam, porquanto a sua malícia é grande.
3.14   Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o Dia do SENHOR está perto, no vale da Decisão.
3.15   O sol e a lua se escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor.
3.16   O SENHOR brama de Sião e se fará ouvir de Jerusalém, e os céus e a terra tremerão; mas o SENHOR será o refúgio do seu povo e a fortaleza dos filhos de Israel.
3.17   Sabereis, assim, que eu sou o SENHOR, vosso Deus, que habito em Sião, meu santo monte; e Jerusalém será santa; estranhos não passarão mais por ela.
3.18   E há de ser que, naquele dia, os montes destilarão mosto, e os outeiros manarão leite, e todos os rios de Judá estarão cheios de águas; sairá uma fonte da Casa do SENHOR e regará o vale de Sitim.
3.19   O Egito se tornará uma desolação, e Edom se fará um deserto abandonado, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente.
3.20   Judá, porém, será habitada para sempre, e Jerusalém, de geração em geração.
3.21   Eu expiarei o sangue dos que não foram expiados, porque o SENHOR habitará em Sião.

Os versículos 3.20-21 NÃO representam o Israel atual, mas o Eterno. Muitos interpretes acham que por haver a referência a Jerusalém habitada de geração em geração não pode ser na eternidade, pois ninguém nascerá na eternidade. Isso é verdade, mas, dado todo o contexto, o mais provável é que de geração em geração signifique: para sempre, eternamente. Que assim seja!

Concluindo a interpretação do livro de Joel podemos constatar que, ao contrário de algumas interpretações, não há referências a guerra espiritual no sentido de luta de Israel contra demônios. O texto trata da soberania de Deus, da condenação do pecado dentro e fora de Israel, do oferecimento de perdão mediante verdadeiro arrependimento por parte do pecador e este, como é normal, não tomando conhecimento do perdão. E, o mais importante é o anúncio da vinda de um novo povo que devoraria o alimento de Israel, representado inicialmente como gafanhotos e, mais a frente, como povo inumerável de Deus.

Passaremos a análise de partes do livro de Apocalipse que usa os mesmo símbolos de Joel e, para os quais, podemos dar interpretação semelhante.


APOCALIPSE

Não é a nossa intenção interpretar todo o livro de Apocalipse, mas tentar estabelecer um paralelo entre alguns símbolos utilizados no livro de Joel e que parecem ter o mesmo sentido em Apocalipse.

Contudo, vale à pena destacar alguns pontos.

Na Bíblia o número 7, geralmente, significa totalidade, plenitude, ou o conjunto de características de algo que está sendo tratado.

No caso, apesar de citar os nomes das sete igrejas, podemos supor que os problemas listados em cada uma delas fossem, e talvez continuem sendo, problemas comuns às igrejas cristãs em geral. O que torna de suma importância a observação pelos cristãos, seja individual ou coletivamente, dos erros ali apontados para que os mesmo não voltem a atrasar a nossa vida cristã.

Por outro lado, não podemos nos esquecer que não é uma carta para qualquer pessoa, mas para convertidos, pois, presume-se que quem está em igreja seja convertido.

Desta forma, quando Jesus diz em Ap 3.20: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” Ele não está fazendo um chamado geral, para toda a humanidade, mas, um chamado específico para convertidos que, por algum motivo, andam distraídos e, consequentemente, deixam de ter intimidade com Jesus.

Geralmente esse versículo é usado para fundamentar a tese de que Deus é um cavalheiro e que não invade a vida de ninguém. Na verdade, Ele até pode deixar as ovelhas dele pastarem com certa liberdade, mas Deus não é um mero torcedor, vibrando quando acertamos e se entristecendo com nossos erros. Como a soberania de Deus não é o propósito deste texto, sugiro a leitura de Romanos 8 e 9.

Apocalipse 9 é onde mais existem imagens que se assemelham as usadas no livro de Joel, por isso, nos limitaremos agora a análise deste capítulo.


APOCALIPSE 9


9.1 O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo.

A maioria do interpretes vê a queda de Satanás ou de outro demônio neste versículo, mas temos motivos para desconfiar que não é esse o assunto que está sendo tratado aqui, vejamos.

Se formos usar uma estrela como a representação de um homem, não seria natural dizer que a estrela veio do céu andando. A única maneira que podemos imaginar uma estrela chegando na Terra é como uma estrela cadente (caindo), logo, não é pelo simples fato de estar caindo que o significado seja obrigatoriamente a queda de um demônio.

Em seguida é dito: “E foi-lhe dada a chave do poço do abismo.” Em outro trecho de Apocalipse nos é informado quem tem a chave do abismo:

20.1   Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente.

Como a Bíblia não fala que existia uma cópia da chave do abismo, nem que esse anjo tomou a chave que estava não mão de um demônio, podemos supor que a chave nunca mudou de dono, mas, então, quem é o dono da chave do abismo? Vejamos:

Ap 1.17   Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último (o mesmo que o Alfa e o Ômega) e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.

“...Sou o primeiro e o último...”, quem pronuncia essa frase?

1.8   Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
21.6   Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.
22.13   Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.

Para simplificar, quem sempre possuiu a chave do abismo, inferno ou qualquer outro nome que se possa dar para isso, foi o Pai e, a partir de sua morte e ressurreição, o Filho, a chave do presídio nunca foi dada ao presidiário!


Ap 9.2   Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar.

Em Ap 9.2, como em Joel, é dito que o sol escureceu, mais uma vez está sendo representado o fim do sol, ou seja, da aliança carnal com a descendência de Abraão, Isaque e Jacó. Como já demonstramos na análise de Joel a verdadeira aliança sempre foi mediante a fé, mas esteve restrita aos que tinham fé dentro do povo de Israel, até que Cristo ressuscitasse e ordenasse que o Evangelho fosse pregado a toda criatura, encerrando assim o pacto da circuncisão da carne e reafirmando a circuncisão do coração.


9.3   Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra,

Aqui surgem gafanhotos saídos do abismo. Será que são os mesmo gafanhotos que aparecem em Joel?

A mesma fumaça que sai da abismo escurece a sol da Antiga Aliança e traz os gafanhotos que estavam presos no abismo. Em Joel os gafanhotos devoram o alimento de Israel, Pão, Vinho e Azeite. Vejamos o que os gafanhotos farão aqui.


9.4   e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente AOS HOMENS QUE NÃO TÊM O SELO DE DEUS SOBRE A FRONTE.

O estado natural do homem é: “Efésios 2.5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos,
Ef 4.6   um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.
4.7   E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.
4.8   Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens.

A Bíblia afirma que todos os homens estão mortos em seus delitos e pecados até que, pela fé em Cristo, possamos ser retirados do inferno recebendo uma nova vida.

Cristo, tendo as chaves do abismo, nos liberta da nossa condenação. Nós, uma vez libertos, saímos anunciando o Evangelho. Os que ouvirem e crerem serão salvos, os que não querem já estão condenados, continuarão mortos no inferno. Os que creem tem a marca de Deus na sua cabeça (a fé) e os que não creem confirmam que não tem a marca de Deus negando a oferta de salvação.


9.5   Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem (o tormento é para quem não tem a marca de Deus, estes já estão mortos, por isso os gafanhotos não os matariam, só atormentariam) durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém.
O veneno do escorpião age sobre o sistema nervoso periférico dos humanos, causando dor, pontadas, aumentando a pulsação cardíaca e diminuindo a temperatura corporal, ou seja, um grande incômodo, mas raramente mata, exatamente como afirmado neste versículo.

Ap 9.6   Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles.

A morte pode ter significados diferentes na Bíblia. Ela afirma que todos estamos mortos em nossos delitos e pecados, mas os crentes renascem em cristo, podendo, em sua maioria, ter uma nova morte física, mas não uma morte espiritual, ou seja, não voltaremos a situação anterior em que nosso espírito estava afastado de Deus, sendo considerados mortos por não termos acesso a Árvore da vida, que é Cristo. Já os não crentes, encontram-se mortos espiritualmente e não sairão desse estado, apenas terão que passar também pela morte física e seguir para a morte espiritual eterna.

Ap 9.7   O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro (os santos receberão coroas); e o seu rosto era como rosto de homem;
9.8   tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão;

A Bíblia não deixa dúvidas sobre quem receberá coroas. Não serão demônio pelas obras feitas para Satanás, mas a Igreja de Jesus Cristo:

Timóteo 4.8   Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.
Tiago 1.12   Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.
1 Pedro 5.4   Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.
Apocalipse 2.10   Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.

Os gafanhotos receberam coroas, tem rosto e homem e cabelos de mulher, até aqui podemos ver que a Igreja formada por homens e mulheres está paramentada para a guerra, mas tem outra característica importante: dentes de leão. Esta imagem também aparece em Joel 1.6, mas vejamos o que está escrito em
Isaías 5.25 Por isso, se acende a ira do SENHOR contra o seu povo (...) 5.26   Ele arvorará o estandarte para as nações distantes e lhes assobiará para que venham das extremidades da terra; e vêm apressadamente. 5.29 O seu rugido é como o do leão; rugem como filhos de leão, e, rosnando, arrebatam a presa, e a levam, e não há quem a livre.

Esses que vêm de nações distantes e das extremidades da terra e rugem como leão são os mesmo que em Joel 1.6 e Ap 9.8 têm dentes de Leão. Vejamos o que o próprio livro de Apocalipse diz sobre esse leão:

Ap 5.5 Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.

Jesus é o Leão da Tribo de Judá!

A Igreja de Cristo é o corpo de Cristo na terra e é pela boca que mais nos parecemos com Ele, pois é através dela, anunciando o Evangelho a toda criatura, pregando a Palavra, que o mundo vê a Cristo. Por isso, nossa boca se parece com boca de Leão.

Ap 9.9   tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja;

Mais uma passagem que mostra os gafanhotos prontos para a guerra. Vejamos a semelhança dessa a imagem com a que o apostolo Paulo apresenta em Efésios:

Ef 6.13   Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.
6.14   Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
6.15   Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz;
6.16   embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
6.17   Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;

A guerra para a qual os “gafanhotos” devoradores do alimento de Israel estão perfeitamente paramentados não é física, mas espiritual, sua couraça é de justiça, seu escudo de fé, seu capacete da salvação e sua espada é do Espírito Santo, ou seja, nada tem a ver com exército romano, norte americano ou de qualquer outra nação, em qualquer época da história deste mundo.


Ap 9.10   tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses;
9.11   e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom.

Apoliom significa Destruidor, qualquer um vai achar que o destruidor só pode ser Satanás. Vamos ver o que a Bíblia diz:

Êxodo 12.23 - Porque o SENHOR passará para ferir os egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, passará o SENHOR aquela porta e não permitirá ao Destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir. (Quem enviou o destruidor foi Deus).
1 Crônicas 21.15   Enviou Deus um anjo a Jerusalém, PARA A DESTRUIR; ao destruí-la, olhou o SENHOR, e se arrependeu do mal, e disse ao ANJO DESTRUIDOR.
Isaías 45.7 - Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e CRIO O MAL; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.
Hebreus 12.29 - PORQUE O NOSSO DEUS É FOGO CONSUMIDOR.

Não podemos esquecer que o plano de Deus para todo aquele que não crê em Jesus como Senhor e Salvador é a morte eterna, o lago de fogo e enxofre, o inferno. Não há maior destruidor do que Ele.


Ap 9.12   O primeiro ai passou. Eis que, depois destas coisas, vêm ainda dois ais.
9.13   O sexto anjo tocou a trombeta, e ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro que se encontra na presença de Deus,
9.14   dizendo ao sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta: SOLTA OS QUATRO ANJOS QUE SE ENCONTRAM ATADOS JUNTO AO GRANDE RIO EUFRATES.

O Éden ficava entre os rios Tigre e Eufrates. Deus colocou anjos lá para impedir a entrada do homem:

Gênesis 3.24   E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.

Até que os anjos fossem retirados o homem não poderia voltar para o paraíso. Se os anjos já foram retirados, torna-se possível o retorno ao Éden.

Vale lembrar que Jesus promete exatamente isso a um dos malfeitores crucificados com Ele: Lucas 23.43 Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.


9.15   Foram, então, soltos os quatro anjos que se achavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte dos homens. (assim como os gafanhotos)

9.16   O número dos exércitos da cavalaria (a única cavalaria citada neste capítulo é a de gafanhotos paramentados para a guerra e com dentes de Leão) era de vinte mil vezes dez milhares (2000000000, dois bilhões!?); eu ouvi o seu número.
9.17   Assim, nesta visão, contemplei que os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre. A cabeça dos cavalos era como CABEÇA DE LEÃO, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre.

Se a pregação dos gafanhotos com aparência de Leão não salvar, condenará ao inferno, por isso, saía fogo, fumaça e enxofre, marcas do inferno.

9.18   Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens;

Nós, os que cremos em Jesus, estávamos mortos, antes da fé, mas a velha criatura, o homem carnal, morreu quando nascemos de novo em Cristo, por isso, somos a terça parte dos que foram mortos pelos gafanhotos. Os que não tinham a marca de Deus não foram mortos até aqui, apenas atormentados.


9.19 pois a força dos cavalos estava na sua boca (POR QUE ANUNCIAM O EVANGELHO) e na sua cauda, porquanto a sua cauda se parecia com serpentes, e tinha cabeça, e com ela causavam dano.

O gafanhotos só atormentavam a quem não tinha a marca de Deus na cabeça, por isso, por onde passavam deixavam um rastro, uma cauda de destruição para os que não crerão no poder que saia da sua boca, o Evangelho.


9.20   Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar;
9.21   nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.

Concluindo:

Os homens que foram mortos pelos gafanhotos são as velhas criaturas, ou seja, pessoas que estavam mortas em seus delitos e pecados junto com toda a humanidade, mas que ouviram o Evangelho proferido pelas bocas de Leão dos gafanhotos. Estes tinham como Rei o anjo do abismo, o destruidor (Nosso Deus). Essas pessoas não possuem qualquer mérito que as diferencie, apenas uma marca de Deus.

Quando essa pessoa que morreu nasce de novo, passa a fazer parte do exército de gafanhotos, a Igreja, e vai atormentando a vida dos que não se arrependem dos seus pecados, sem mata-los, pois essa morte é uma benção guardada para àqueles que irão fortalecer o exército de Deus.

É mais fácil ficar enxergando demônios em toda parte, mas a palavra de Deus não dá muito espaço para eles. Os assuntos amplamente tratados na Bíblia são: O Pai e o seu plano de salvação, o Reino de Deus e a sua Justiça, a Única e Eterna Aliança de Deus com àqueles que creem que a morte do Filho foi suficiente para pagar pelos pecados da humanidade, os beneficiários do perdão de Deus (a Igreja) e o Juízo sobre os infiéis.

Da mesma forma, esses são os temas tratados em Joel e Apocalipse 9, Satanás está excluído.


Graça e Paz!

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